Eu sempre quiz ser mãe. Perto dos trinta esta vontade foi aumentando e teria casado grávida na boa, mas meu marido pediu um ano sem filhos. Completados onze meses de casados, engravidei e quando minha filha tinha seis meses engravidei novamente (ops!).
Sou completamente realizada como mãe, meus filhos são lindos, fofos, etc. Conquistei meu sonho de maternidade! No entanto, há um porém neste mundo cor-de-rosa: tenho um passarinho dentro de mim. Gosto de ser livre. E a maternidade prende.
Sabe aquilo de não ter hora pra voltar, de fazer o que dá na telha, pegar o carro e ir viajar sem destino? Ou então de passar o dia inteiro na espreguiçadeira em frente a piscina lendo revista fútil? Pois é, não dá!
Tá bom, dá pra programar alguma viajenzinha sem filhos, deixar um dia com a avó...mas tudo tem que ser esquematizado, planejado, ninguém pode dar furo, ficar doente, etc. E quando consigo ir, procuro relaxar, esquecer....mas não dá 100%, até porque parece que as coisas ficam incompletas sem aquelas coisinhas que tanto amo.
Sei que meus filhos são pequenos, que quando estiverem maiores vai ser mais fácil, blá, blá, blá...Sei de tudo isto racionalmente, mas tem horas que meu passarinho quer voar...
Sim, ele dá pequenos voos: a hora da ginástica, do salão, do shopping, de sair com meu marido, almocinhos com as amigas (com zero de culpa). Não tô reclamando da vida, mas sou daquele tipo de pessoa que gosta de pertencer ao mundo, de ver movimento, de descobrir coisas novas.
Sou uma curiosa. Se você me chamar pra conhecer Pindamonhangaba, eu vou, só pra descobrir o que tem
lá.
Ah, você vai me perguntar: por que foi ter filhos, ora essa? Não dá pra explicar, foi maior que eu e não me arrependo. Ter filhos também é uma grande aventura! E a vida é assim mesmo, muitos paradoxos.
Então, quando dá aquela vontade de ir passar um mês na Russia ou de fazer um curso extenso de terapia de casal , pego meus pequenos no colo e sinto o cheirinho deles. Isto acalma o passarinho. Momentaneamente.
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