A saga de toda mãe

Agonia. Esta é a palavra que resumiu meus últimos sete dias.
Alívio é a palavra de hoje.
Estou aliviada porque a febre cedeu e a minha pequena voltou a sorrir. E eu também!
Minhas rugas de preocupação foram aumentando na proporção da febre que teimava em não abaixar. Sete dias de febre alta, prostração e total inapetência. Sete noites de vigília. Nó no estômago.
Virose? Virose com infecção secundária? Mononucleose? Kawasaki? Até doenças raras foram cogitadas. E eu na minha cabeça de mãe-médica quase fiquei maluca. E se fosse uma leucemia se manifestando com febre? Sei lá se dá, mas nas minhas hipóteses internas não reveladas isto foi cogitado, ainda mais quando a médica do PS falou que o Hemograma estava estranho...Meu coração de um pulo. Como assim estranho?
 Fiquei taquicárdica até conseguir falar com o pediatra dela que me explicou o hemograma estranho. Era uma infecção X que estava atrapalhando o funcionamento das outras células sanguíneas.
Tivemos que internar e a cada picada para exames ou soro o sofrimento dela aumentava em mil vezes o meu.
E veio então o dignóstico: Adenovírus. Não me perguntem muito, só sei que faz crianças (e seus pais) sofrerem à beça.
Nestes dias sombrios, me lembrei de uma imagem que apareceu nos noticiários quando eu estava grávida da Marina. Era de uma mãe que se jogava no esgoto para resgatar seu filho que havia caído e estava se afogando. Lembram? Faz uns quatro anos.
Quando a Marina nasceu e foi direto pra UTI, entendi perfeitamente aquela mãe. Eu me atiraria no esgoto por ela, daria a minha vida. Sem pestanejar. Na época, este sentimento me assustou um pouco, mas era claro  como só uma certeza pode ser. Era o instinto materno.
 Nestas horas, em que um filho corre perigo, vem à tona uma força que diz: está difícil, mas você tem que continuar! A dor é quase insuportável, mas é impensável desistir. E tudo vem com um desespero, uma agonia...
 A minha dor está passando, mas a minha força , eu sei, está bem guardada aqui dentro, sempre que um filho precisar!
 E, acreditem mães, não há nada mais precioso neste mundo do que ter um filho saudável e ter saúde para lutar por ele. Todo o resto é secundário.

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